há momentos na vida em que apetece ser um desenho animado.
ontem à noite. por exemplo.
enquanto passeava o cão e falava ao telefone, apeteceu-me ser um personagem de animação para poder meter o braço pelo auscultador do telemóvel, esticá-lo até ao meu interlocutor e, num nanonésimo de segundo, dar-lhe um murro no nariz. depois recolheria o meu heróico braço e desligaria o telemóvel. podia ser o daffy duck. ou o elmer, não importa... mas poder esticar um membro e dar uma canelada em qualquer situação era soberbo!
sanatorio geral
O estandarte do sanatório geral vai passar.
quinta-feira, 19 de dezembro de 2013
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
sou mãe há sete anos mas nunca me considerei talhada para a maternidade: os bebés não me atraiam e a responsabilidade enfadava-me. o que era aquilo por quem os meus irmãos se sacrificavam tanto?
o joão, o primeiro, que nasceu quase morto, feio e magro, sempre cheio de falta de ar, a minha irmã de noites viradas, a limpar o ranho e vomitado e fazer-lhe os fuminhos;
o diogo, que nunca mais se resolvia a abrir os olhos e que cujos pais (idiotas!) achavam que arrastava a perna quando começou a andar,
a madalena, redonda e viva, mas que não comia e fazia birras de meia-noite, chata, insuportável,
a beatriz, bebé enorme, que quase matou a mãe, nascida com ar zangado para o mundo, sempre a caminho do hospital, cheia de otites.
que seca!, pensava eu. não entendia como é que os meus irmãos me trocavam a mim, a sua caçulinha, a merdita da tia, por aqueles bebés esgoelados, que insistiam por-me ao colo e nos quais, a custo, lá reconhecia os traços de família.
depois, percebi. troquei-os, a eles, aos manos, num ápice, quando vi o pedro, peludo como um lobisomem, cheio de borbulhas, unhas compridas, sonos longos. gostei dele, daquele manel pequenino, nos braços da minha tia dé, de lenço atado a tapar a boca e nariz, como se fosse um malfeitor do faroeste, a dar-lhe o primeiro banho em casa, mãos firmes, dedos nos ouvidos da criança, para não entrar água, por causa das otites.
continuo a não ser talhada para a maternidade. tenho pouca paciência e cada vez menos tolerância. acerto poucas vezes na muche da educação e da sensatez. sou histérica, grito, ameaço, bato. sou a mãe que nunca quis ser: uma louca à beira do descontrole que se contradiz a cada quinzena.
é verdade aquela piada da mafaldinha: os filhos são cobaias, ninguém nos ensinou a ser pais.
o joão, o primeiro, que nasceu quase morto, feio e magro, sempre cheio de falta de ar, a minha irmã de noites viradas, a limpar o ranho e vomitado e fazer-lhe os fuminhos;
o diogo, que nunca mais se resolvia a abrir os olhos e que cujos pais (idiotas!) achavam que arrastava a perna quando começou a andar,
a madalena, redonda e viva, mas que não comia e fazia birras de meia-noite, chata, insuportável,
a beatriz, bebé enorme, que quase matou a mãe, nascida com ar zangado para o mundo, sempre a caminho do hospital, cheia de otites.
que seca!, pensava eu. não entendia como é que os meus irmãos me trocavam a mim, a sua caçulinha, a merdita da tia, por aqueles bebés esgoelados, que insistiam por-me ao colo e nos quais, a custo, lá reconhecia os traços de família.
depois, percebi. troquei-os, a eles, aos manos, num ápice, quando vi o pedro, peludo como um lobisomem, cheio de borbulhas, unhas compridas, sonos longos. gostei dele, daquele manel pequenino, nos braços da minha tia dé, de lenço atado a tapar a boca e nariz, como se fosse um malfeitor do faroeste, a dar-lhe o primeiro banho em casa, mãos firmes, dedos nos ouvidos da criança, para não entrar água, por causa das otites.
continuo a não ser talhada para a maternidade. tenho pouca paciência e cada vez menos tolerância. acerto poucas vezes na muche da educação e da sensatez. sou histérica, grito, ameaço, bato. sou a mãe que nunca quis ser: uma louca à beira do descontrole que se contradiz a cada quinzena.
é verdade aquela piada da mafaldinha: os filhos são cobaias, ninguém nos ensinou a ser pais.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
foi aqui que me apaixonei pelo Gilberto Gil. não há nada como a paz.
A Paz | Gilberto Gil e João Donato
A Paz | Gilberto Gil e João Donato
1994
quarta-feira, 27 de novembro de 2013
devo dizer que me levou muito tempo para perceber porque é que a eliza doolittle ficava com o professor higgins. anos! e depois, mais tarde, entendi...
My fair Lady | George Cukor
My fair Lady | George Cukor
1964
sexta-feira, 22 de novembro de 2013
hoje de manhã, gritei com o meu filho mais velho. não há dia que não lhe dê um berro, desesperada.
eu amo o meu filho mais velho. digo-lhe isso todos os dias. sem ele ou sem o irmão, morria.
um dia, mais tarde, espero que ele tenha mais memória sobre as declarações de amor do que das batalhas campais.
eu amo o meu filho mais velho. digo-lhe isso todos os dias. sem ele ou sem o irmão, morria.
um dia, mais tarde, espero que ele tenha mais memória sobre as declarações de amor do que das batalhas campais.
terça-feira, 15 de outubro de 2013
não me canso de espantar com a estupidez espalhada na blogosfera.
os blogues das personal stylists exercem um contínuo fascínio na minha pessoa. que gente é aquela que se acha capaz de definir o estilo recorrendo, quase num mesmo post, à inauguração da primark no colombo e aos desfiles da moda lisboa?
os blogues das personal stylists exercem um contínuo fascínio na minha pessoa. que gente é aquela que se acha capaz de definir o estilo recorrendo, quase num mesmo post, à inauguração da primark no colombo e aos desfiles da moda lisboa?
quinta-feira, 10 de outubro de 2013
quarta-feira, 9 de outubro de 2013
hoje acordei ao som da trova do tempo que passa cantada/ declamada pela amália, pelo manuel alegre e pelo adriano correia de oliveira. e, depois, ainda deitada, meio ensonada, lembrei-me que o adriano correia de oliveira morreu na quinta da família nos braços da sua mãe. e pensei "que maneira tão doce de se morrer."
só assim é que gostava de morrer: no colo da minha adorada mãe.
de nenhuma outra forma admito tal momento.
de nenhuma outra forma admito tal momento.
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